O Conselho Federal de Medicina (CFM) confirmou a cassação do registro profissional do ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 42 anos, após ter sido condenado a 277 anos de prisão por estupro de 21 mulheres em Abadiânia, no Entorno do DF e em Anápolis. A decisão foi unânime.
A cassação do registro foi uma consequência direta das condenações impostas a Nicodemos. Em 2023, a 2ª Vara Criminal da comarca de Anápolis o sentenciou a 277 anos, dois meses e 19 dias de reclusão, em regime fechado, pelos crimes de estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e assédio sexual.
O Tribunal Superior de Ética Médica do CFM, ao analisar o recurso apresentado pela defesa de Nicodemos, negou-o, mantendo a decisão do Conselho Regional de Medicina de Goiás (CRM-GO), que já havia cassado o registro do médico.
Em uma das sentenças, Nicodemos foi condenado a 163 anos de prisão por crimes contra 12 vítimas e, na outra, envolvendo 9 mulheres, a 114 anos. Além da pena de prisão, Nicodemos também foi ordenado a pagar R$ 100 mil de indenização por danos morais para cada vítima.
Os crimes do ginecologista vieram à tona quando mulheres denunciaram os abusos dentro de seu consultório, que era vinculado ao plano de saúde América. A Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Anápolis foi procurada por três vítimas inicialmente, mas outras se sentiram encorajadas a relatar os crimes após a divulgação do caso.
Os relatos das vítimas descreveram comportamentos e comentários com conotações sexuais por parte do ginecologista, causando desconforto e sentimento de invasão. A cassação do registro profissional de Nicodemos reforça a responsabilidade ética e moral dos profissionais de saúde e a necessidade de combater a violência contra mulheres dentro e fora do ambiente médico.