As eleições municipais de 2024 em alguns municípios do Entorno do Distrito Federal apresentam um cenário singular: a presença de apenas dois candidatos disputando o cargo de prefeito. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que cidades como Corumbá de Goiás, Abadiânia, Vila Propício, Alvorada do Norte, Cristalina, Cocalzinho de Goiás, São João d'Aliança, Cavalcante e Flores de Goiás possuem exatamente dois candidatos registrados para concorrer ao executivo municipal.
Em Corumbá de Goiás, a disputa está entre Chico Vaca (PL) e Toin Ferreira (PSDB), enquanto Abadiânia terá Capitão Alessandro (22) e Dr. Itamar (PP) na corrida pelo cargo. Em Vila Propício, os candidatos são Jéssica Morais (PSDB) e Waldilei Lemos (UNIÃO). Já em Alvorada do Norte, a competição será entre David Moreira (PSDB) e Idelvan (PDT).
O município de Cristalina, com um cenário político historicamente mais disputado, apresenta Dr. Luis Otávio (PL) e Jean (MDB) como os concorrentes ao cargo de prefeito. Em Cocalzinho de Goiás, Alessandro Barcelos (UNIÃO) e Biscoito (MDB) foram os únicos registrados para a disputa. São João d'Aliança tem Edmilson da Disbrave (PL) e Genivam (PRD) na competição. Em Cavalcante, Vilmar Kalunga (PSB) que é atual prefeito e Paradão (PRD) disputam o executivo municipal. Por fim, em Flores de Goiás, Altran Avelar (UNIÃO) e Bodão (PT) são os nomes que aparecem na cédula eleitoral.
Apesar do número elevado de candidatos a vereador, o fato de haver apenas dois candidatos ao cargo de prefeito em cada um desses municípios é uma característica notável e que merece análise. Essa situação pode ser atribuída a alguns fatores, incluindo o alto custo das campanhas eleitorais, a polarização política, e o contexto socioeconômico dessas regiões.
Primeiramente, o custo elevado de uma campanha eleitoral é um dos principais fatores que limitam a quantidade de candidatos. Em municípios menores, onde o orçamento público é reduzido e as doações privadas são escassas, os candidatos precisam de uma base financeira sólida para sustentar uma campanha competitiva. Isso pode desencorajar novos candidatos que não possuem o respaldo financeiro necessário.
A polarização política também desempenha um papel significativo. Em muitos desses municípios, a disputa se concentra entre dois grandes grupos ou partidos que dominam a cena política local. Essa dinâmica reduz o espaço para novos candidatos ou partidos menores, que acabam por não conseguir viabilizar suas candidaturas em um ambiente já polarizado.
Além disso, o contexto socioeconômico dessas regiões pode influenciar diretamente na quantidade de candidatos. Municípios menores, com menor desenvolvimento econômico e social, tendem a ter uma participação política mais restrita, onde os cargos eletivos muitas vezes são ocupados por grupos políticos tradicionais. Isso cria um cenário em que a alternância de poder é limitada e, por consequência, o número de candidatos viáveis diminui.
Esse quadro, com um número reduzido de candidatos para prefeito em diversos municípios, reflete não apenas a realidade política e econômica dessas localidades, mas também o desafio contínuo de ampliar a representatividade e a competitividade nas eleições municipais. Em um ambiente de polarização e com barreiras financeiras significativas, a participação política efetiva se torna restrita, limitando as opções disponíveis para o eleitorado local.