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Saúde PLANO DE SAÚDE

Mudança no sistema do Ipasgo desperta dúvidas sobre valores que se acumulam

Beneficiários do plano em Anápolis relatam preocupação com débitos estão atrasados desde o mês de julho do ano passado

28/01/2025 19h00
Por: Redação
Sede do Ipasgo, em Goiânia. Acúmulo de débitos preocupa usuários do plano de saúde. (Foto: Léo Santos)
Sede do Ipasgo, em Goiânia. Acúmulo de débitos preocupa usuários do plano de saúde. (Foto: Léo Santos)

O Ipasgo Saúde informou que a ausência de cobrança de coparticipação em consultas, exames e procedimentos ocorre devido a uma modernização no sistema de gestão. Moradores que utilizam o plano ouvidos pelo DM Anápolis relatam que, desde julho do ano passado, os valores não estão sendo debitados, o que tem gerado um temor sobre o acúmulo de custos entre os usuários.

Apesar disso, o Ipasgo assegurou que os atendimentos continuam funcionando normalmente, sem prejuízo para os beneficiários. Em nota, o instituto destacou que os débitos acumulados poderão ser parcelados sem acréscimos quando a cobrança for retomada.

"Em decorrência da modernização de sistemas em curso no Ipasgo Saúde, neste momento não há previsão de cobrança de coparticipação. Isso, no entanto, não impacta no atendimento aos beneficiários, que seguem tendo direito a toda assistência do plano de saúde. Além disso, haverá facilitação do pagamento, por meio de parcelamento sem acréscimo, quando a cobrança de coparticipação voltar a ocorrer", diz o texto.

A falta de informações claras tem gerado preocupação entre os usuários do plano, que temem o impacto financeiro de cobranças acumuladas. É o caso da moradora Mardelis Malta, que lida com problema desde julho do ano passado. "Até hoje não foram debitados os valores de exames e consultas. Ao entrar em contato nos informaram que não tem previsão. A maior preocupação é ficar muito caro, pois está se acumulando há vários meses”, contou ao DM Anápolis.

Outro usuário, que preferiu não se identificar, disse que chegou a adiar a realização de exames por medo de não conseguir pagar o valor acumulado. “Eu e minha esposa preferimos esperar um pouco mais para fazer os novos exames. Não sei se terei condições de pagar se vier tudo de uma vez”, comentou.

REFORMULAÇÃO

Em setembro do ano passado, o Ipasgo concluiu a transição para autogestão ao obter o registro na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Com isso, o Ipasgo passou a operar como uma operadora de saúde regulamentada, desvinculada de governos de ocasião, o que, segundo o governador Ronaldo Caiado (UB), trouxe maior segurança jurídica e estabilidade para a gestão do instituto. 

A transição incluiu a implementação de novas práticas de gestão, como o cumprimento de exigências de capital base e provisões técnicas, além da introdução de boletos bancários como opção de pagamento. A ANS também determinou que o Ipasgo apresentasse um novo modelo de plano assistencial e formalizasse o registro de todos os planos vigentes. 

O processo gerou críticas de movimentos sindicalistas, que apontaram a possibilidade de exclusão de milhares de beneficiários. Na época, o Ipasgo justificou que as mudanças eram necessárias para cumprir a legislação e alinhar-se às normas regulatórias, garantindo a sustentabilidade do plano. 

Após negociações do governador com a presidência da ANS, ficou assegurada a permanência de quase 10 mil beneficiários vinculados a 14 entidades que anteriormente não eram elegíveis para continuar no Ipasgo Saúde. Apesar disso, a atendimento passou a ocorrer em regime de extinção, o que significa que novas adesões de servidores federais em Goiás e celetistas estão impedidas.

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